Não pergunte onde está a guerra, ela está em você!

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Começo Negando

Nunca escrevo assim.

Mas, não coma gato por lebre, como diria Paulo Henrique Amorim.

Ocorre que aquela última tempestade derrubou uma Pereira no quintal da minha casa.
Alguns dizem que ela tinha seus quase 100 anos.
É realmente uma lástima, porque algumas das coisas mais legais e úteis que eu escrevi foram embaixo dela.
Não inspirado em Newton. Obviamente, não descobri a gravidade, descobri que é grave e, principalmente, o "peraí!".
Peraí, seje mais claro!
Anyway, não é nada disso.
O fato é que havia naquela árvore um ninho de sabiás.
E, apesar de danificado, mãe e filhote sobreviveram à queda. Por isso, não removemos a árvore, e ficamos aguardando que o filhote atingisse a maioridade.
Bueno, acima da minha mesa, há uma janela para o quintal.
Essa rotina imbecil, de todo o final de semana perdido, sentado no computador ou à escrivaninha, fazendo trabalhos para a UFPR, me dava a oportunidade de ver o trabalho real e produtivo da mãe do rapazinho, que ainda estava no ninho.
Não sei como os pássaros enxergam tão bem minhocas e outros aperitivos deles.
Dias e mês alimentando o filhote até que ele começou a passear pelo quintal. Pedindo comida daquele jeito comum dos pássaros.
Ao escurecer, retornava ao ninho, pra começar tudo de novo no dia seguinte.
Nesse final de semana último, pelo que eu entendi, a mãe estava ensinando o filhote a voar.
Ela subia em uma árvore ou mureta e o filhote voava, batia-se, caía, levantava.
Não faz muito parte do nosso dia a dia ver um ensinar outro a voar.
Meu cachorro, por exemplo, não estava nem aí.
Nas tentativas, aparentemente o filhote teve bastante sucesso e conseguiu sumir de vista próximo à divisa com a casa do vizinho.
Na sequência, os dois seres amáveis deram sinal numa árvore próxima, e o cachorro deu sinal de irritação, latindo.
Algum tempo depois eu vi novamente a mãe andando pelo quintal.
Passando pelos pontos onde o filhote havia caído ou se escondido no mato, do Sol.
Os adoráveis e fofinhos politicamente corretos e alternativos gatinhos do vizinho saíram apressados da árvore quando eu fui ver o que estava acontecendo.
O cachorro, irritado e bancando o valente.
Hoje de manhã fui conferir o ninho vazio.
Eu me nego a fazer um final filosófico sobre ensinar a voar.
Vou apenas relatar meu profundo ódio por gatos.
A cultura desses bichos desagradáveis coincidentemente foi defendida pelo ícone mor da sabedoria domingueira, no programa de ontem. Certamente, numa identificação Garfieldeana, o Infausto Silva dizia que gatos não arranham dono nem transmitem doenças. "Fófis-simos".
Enquanto ele dizia isso, eu esperava que o filhote reaparecesse.
Esse culto atual do gato, a mim, não parece nada diferente da "cultura" do poodle toy, que surgiu quando a população começou a perceber que não conseguia cuidar mais de plantas.
Só que gato é boêmio. De forte personalidade. Indomável. É alternativo, praticamente indie... quase e, também, emo...
Não me interpretem mal.
Não sou reacionário.
Por isso prefiro os leões.
Tenta domar um leão. Tenta trazer um leão pro sistema. Pro apartamentinho simulacro underground, pra essa pasmaceira aqui.
Sabe-se o que acontece com ele.
Se você quer ter um leão, vá pra selva.
Se você quer ser alternativo, vá pra guerra.
Gato é placebo.
Underground é Prozac.
Na selva, leões e gatos podem matar quantos filhotes quiserem.
Aqui, é mediocridade assassinando liberdade.

3 comentários:

A.'.U'.'M.'. disse...

E não me venham com boiolagem de Tigrela Telles, por favor.

Unknown disse...

Bem, me perdi em alguma linha ali para baixo, ou para cima. Mas gostei... logo que der colocarei um link do seu blog no meu...

Um grande abraço!
Pri

Anônimo disse...

http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL340086-6091,00.html